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14 janeiro, 2008

Análises a água contaminada estiveram dois meses para ser levantadas - acusa laboratório

Sardoal: Análises a água contaminada estiveram dois meses para ser levantadas - acusa laboratório14 de Janeiro de 2008, 17:59

Sardoal, Santarém, 14 Jan (Lusa) - O laboratório que fez as análises que detectaram tirame (pesticida) na rede de abastecimento de água de Sardoal revelou hoje que os resultados "estiveram dois meses para serem levantados", período em que, por desconhecimento, a população consumiu água contaminada.

Segundo disse à Agência Lusa Maria do Céu Albuquerque, directora do laboratório, "a autarquia conhece o conteúdo do contrato que connosco assinou e se não levantou mais cedo os relatórios foi porque não quis, uma vez que eles estavam prontos nos prazos recomendados".

O presidente da Câmara de Sardoal, Fernando Moleirinho, contesta esta posição e considera que o laboratório "agiu mal, porque tinha a obrigação de avisar que as análises registavam anomalias".

Fernando Moleirinho considera que o laboratório "sonegou informação" e que, "por uma questão deontológica, não o poderia fazer porque estava em causa a saúde pública".

"Se soubéssemos que as análises não estavam bem teríamos ido mais depressa buscar os relatórios e mais depressa teríamos começado a resolver a situação", disse o autarca.

Maria do Céu Albuquerque disse que quando a Câmara de Sardoal abordou a direcção do laboratório no sentido de este apresentar uma proposta para a realização de análises de água para consumo humano, "na resposta à proposta fizemos evidenciar dois pontos que a autarquia prontamente aceitou".

"A disponibilização dos resultados de acordo com as recomendações do Instituto Regulador de águas e Resíduos (IRAR) e o estabelecimento de que as condições de pagamento seriam a pronto, sendo as facturas enviadas após conclusão de cada relatório de ensaio", explicou.

"O acordo estabelecia ainda que os relatórios de ensaio seriam levantados pela autarquia no acto de pagamento", acrescentou Céu Albuquerque.

A responsável disse à Lusa que o laboratório finalizou o relatório de ensaio que viria a acusar um fungicida nas águas da rede pública nos prazos recomendados pelo IRAR.

"A amostra foi recebida em 28 de Agosto de 2007 e a emissão do relatório de ensaio em 10 de Outubro desse ano, enviando de imediato a factura pela via acordada para os serviços técnicos do município de Sardoal".

"Ficámos a aguardar o levantamento dos relatórios, o que sucedeu a 27 de Dezembro após pagamento da respectiva factura efectuado nesse mesmo dia".

Segundo disse, "a Direcção do A. Logos declina qualquer outra responsabilidade que não seja a de ter os resultados prontos e disponíveis nos termos definidos com o cliente".

Desde 10 de Janeiro que as populações de seis das oito freguesias do concelho de Sardoal estão a ser abastecidas através de sistemas alternativos com água proveniente de furos e minas e com recurso a autotanques.

Uma situação que poderá terminar quarta-feira, dia em que serão conhecidos os resultados das contra-análises efectuadas à água da rede pública.

MYF.

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