SARDOAL Partido Socialista

Informação relativa à actividade do Partido Socialista no Sardoal e dos seus eleitos autárquicos. Autárquicas 2013- Sardoal a caminho da MUDANÇA

24 abril, 2013

Vereadores do PS/ Sardoal votam contra as Contas da autarquia para 2012. Saiba porquê.

DECLARAÇÃO DE VOTO


Prestação de Contas de 2012



Os Vereadores Fernando Vasco e Pedro Duque, eleitos pelo Partido Socialista, votam contra a aprovação dos documentos de Prestação de Contas relativos ao exercício económico de 2012.

Este ano, a grande bandeira da maioria social democrata é a alegada diminuição da dívida total do Município em cerca de 1.200.000,00 euros.

Pois bem, após uma análise mais pormenorizada verifica-se que esta diminuição, resulta, na sua maioria de factores alheios à gestão propriamente dita do executivo, a saber:

- Destes, cerca de 700.000,00 euros são decorrentes dos próprios contratos de empréstimo que foram sendo celebrados ao longo, que ou cessaram ou cujas prestações mensais a pagar passaram a ser mais reduzidas, até pela redução dos juros a pagar, isto devido a factores conjunturais internacionais;

- Cerca de 360.000,00 euros foram abatidos, por encontro de contas com compensação de cerca de um milhão de euros a receber da Concessionária “Àguas do Centro”, sendo que a este propósito não se poderá esquecer que esta compensação foi acordada por um período de 30 anos e destinava-se a compensar as verbas que o município havia dispendido em investimento nas infra-estruturas cuja utilização foi concessionada. Portanto tratam-se de valores que deveriam ser utilizados indiscutivelmente em investimento, o que não ocorreu certamente neste exercício económico de 2012;

- Por outro lado, cerca de 200.000,00 euros, resultam da retenção dos subsídios de férias e de natal, bem como reduções salariais, medidas estas que o governo de Portugal impôs para este ano de 2012

Acresce ainda salientar que esta redução ocorre num ano em que o Município, pura e simplesmente parou, estagnou, não se lhe vislumbrou a realização de qualquer obra, de qualquer novo projecto, aliás como se verificou no ano de 2011.

Até há dois anos atrás, as razões invocadas para a total ausência de qualquer investimento por parte do Município tinham a ver com uma alegada lentidão no desenvolvimento das candidaturas ao QREN. Pois bem, entretanto e não obstante as melhores expectativas por parte da maioria social democrata, quanto à maior celeridade no desenvolvimento das candidaturas a fundos comunitários, verifica-se que o resultado é precisamente o mesmo, ou será caso para perguntar se o problema é mesmo dos sucessivos governos ou da inércia do executivo que nos governa…

Não obstante o desinvestimento e o desinteresse por parte da maioria social democrata em áreas como o apoio social e o investimento na manutenção /incentivo ao desenvolvimento e expansão da actividade económica do concelho, os desequilíbrios estruturais persistem e bem visíveis da análise destes documentos e sem que se vislumbre qualquer inversão desta tendência. Não fora o artifício a que o executivo recorreu de neste exercício económico desafectar cerca de metade das transferências de capital para transferências correntes, verificar-se-ia que mais uma vez que a quase totalidade das receitas de Capital que como o próprio nome indica são destinadas ao investimento são utilizadas em despesas correntes, de funcionamento.

Mais uma vez, aliás como em 2011 e nos anos anteriores, as taxas de execução orçamental quer da receita quer da despesa situaram-se em cerca de 60% como havíamos previsto aquando da discussão do orçamento para este ano de 2012 e o nível de execução do Plano Plurianual de Investimentos em cerca de 21% o que demonstra de sobremaneira o nível de investimento efectuado neste ano.

Mais uma vez, duas ou três rúbricas do lado da receita , com execuções a rondar os 0% são responsáveis por um desnível do executado face ao previsto na ordem dos 3.000.000 euros. Realmente, com orçamentos que logo à partida se encontram completamente desajustados da realidade que é por demais conhecida e previsível, nunca se poderá em consciência e a qualquer momento, tomar as decisões mais acertadas.

Ainda em 2012, mas cuja formalização somente veio a ocorrer já em 2013, o Município teve que recorrer a mais um programa estatal de apoio ao pagamento de dívidas, o PAEL quando já em 2009 o havia feito no âmbito do programa Pagar a Tempo e horas, o que ilustra de sobremaneira o que tem sido a política despesista deste executivo ao longo dos últimos anos.

São estes, portanto, os fundamentos da nossa decisão de votar contra a aprovação dos documentos de Prestação de Contas do Município de Sardoal relativos ao exercício económico de 2012.

Sardoal, 10 de abril de 2013.

Os Vereadores

Fernando Vasco